“ Porque o Senhor corrige aquele a quem ama, como o pai ao
filho a quem quer bem” (Pv. 3:12)
Trabalho na área da Educação e, infelizmente, é muito comum
ver crianças e jovens que não aceitam a correção. Suas vontades têm que
prevalecer e o pior, muitas das vezes os pais cedem e é isso mesmo que ocorre,
para a tristeza da sociedade. Interessante notar que vários desses adolescentes
têm noção de que estão fazendo algo que não é bom, ou que é errado; mas não deixam
de fazê-lo porque querem chamar a atenção para si, em lugar de darem atenção ao
que seus pais, responsáveis ou autoridades dizem. É certo também, que muitos
pais não desejam se dar ao trabalho de educar seus filhos (porque educar é algo
trabalhoso) e isso incentiva ainda mais esse comportamento inconsequente das
crianças e adolescentes. Que falta faz uma correção na hora certa!
Mas o que quero chamar a atenção é que nós, igualmente,
diante de Deus, fazemos a mesma coisa.
Comportamo-nos como crianças e
adolescentes. Sabemos que não devemos fazer algo que desagradaria a Deus, mas
se a fizermos, a ação será voltada para nós e não para Deus. Então, fazemos. Vive-se
hoje numa ilusão de que é preciso satisfazer o EU antes de tudo, a atenção é
voltada para o EU e não para Deus. E isso é uma atitude espiritual tão imatura
quanto à da criança e do adolescente em relação a seus pais. A vontade de ser
independente do pai, sem ter condição para isso. Não podemos viver sem Deus –
nosso Pai, Ele é o autor da vida. A consequência disso é a mesma que vemos nas
crianças e adolescentes: insatisfação, revolta, tristeza e conflitos. Isso
porque nada carnal ou material pode satisfazer plenamente o homem, que é um ser
espiritual. E quando insistimos em assim fazermos, colhemos o que plantamos.
Deus é um pai que ama e é cuidadoso, por isso corrige. Mas
penso que as pessoas acreditam que a correção de Deus seria um raio caindo do
céu sobre suas cabeças ou algo parecido. E como não veem com seus olhos carnais
isso acontecendo, pensam que Ele não corrige. O que não é verdade. Deus corrige
a seus filhos de várias formas. Entendo
que Ele pode usar nossa consciência, ou pessoas ao redor, circunstâncias, pode
nos falar através da leitura, enfim, Deus é multiforme e assim corrige a seus
filhos. Porém a voz do Espírito Santo muitas vezes é tão mansa que as pessoas a
ignoram, indo de mal a pior. Outros abominam ser corrigidos, não aceitam tal
coisa, mal sabem que sendo corrigidos é que temos possibilidade de nos tornar
seres humanos melhores.
Meu pai sempre diz que tem gente que brinca de ser crente,
mas o diabo não brinca de ser diabo. Nós, cristãos, levamos nossa vida,
deixando-a nos levar não se sabe para onde e achamos que isso é estar nas mãos
de Deus. Deus deseja que pensemos e que tomemos atitudes em relação às situações
da vida. É preciso dizer NÃO a muita coisa. Isso é aprender a correção. Ser
corrigido nada mais é do que deixar de fazer algo errado porque alguém nos
disse para não fazermos porque de certa forma não será bom para nós ou para
alguém.
Em uma era onde se rejeita a correção, quero convidá-lo a
aceitar a correção de Deus. Viva de acordo com a vontade de Deus expressa na
Bíblia. Leia-a. Ela não é um livro desatualizado como muitos imaginam, como
também não é somente um livro histórico, é um livro para pessoas, para a vida,
para o ser humano, e este tem as mesmas necessidades interiores há séculos.
Nossos desejos, ansiedades e ambições não são ‘privilégios’ de nossa geração. O
homem sempre foi assim, por isso temos muito a aprender com a Bíblia.
“Filho meu, não desprezes a correção do Senhor, e não
desmaies quando for por ele repreendido, porque o Senhor corrige a quem ama, [...]
a todo o que recebe por filho” (Hebreus 12:6)