COMO CRIANÇA

"Portanto, aquele que se tornar humilde como este menino, esse é o maior no reino dos céus". (Mateus 18:4)

No último final de semana, comemoramos no Brasil, o dia das crianças. E é uma data muito oportuna para lembrarmos do que Jesus disse sobre elas. A palavra usada para 'criança', no original é 'paidíon', que significa 'uma criança em formação', pode também ser usada para se referir a 'filhos'. No dicionário Bíblico Strong implica ainda em uma criança de sete anos ou menos.

Uma característica das crianças dessa idade é que além de não possuírem a malícia característica dos mais velhos, elas são humildes. A criança não tem vergonha de reconhecer suas limitações ou pequenez.

 A palavra usada para se referir a 'humilde' nessa passagem bíblica, remete a ideia de 'fazer-se baixo ou trazer para baixo'. Aplicando às nossas vidas, significa que eu posso não ser pequena, infantil, ou ignorante em frente a vários aspectos da vida, mas diante de Deus eu me curvo, eu me humilho, reconheço minha pequenez diante de tamanha grandeza e majestade.

A criança, reconhecendo sua limitação por causa de sua altura, usualmente pede a seu Pai que a pegue no colo para que o ponto de vista dela seja ampliado, assim como nos momentos de dor e sofrimento, ela alcança consolo e refrigério no colo do Pai. Isso também nos traz um ensinamento sobre o que Jesus nos quis falar ao dizer que precisamos ser como crianças para herdar o Reino dos Céus. Todos nós estamos em um período de formação espiritual e diante dos problemas, da incerteza do futuro, somos tão limitados, não podemos ver o que acontecerá daqui a dois segundos. Em momentos de sofrimento, apenas olhamos para nossa dor, e não conseguimos ver a cura. Em momentos como esses e em momentos de solidão, a criança ergue os braços e chama pelo Pai.

Lembro-me de que quando eu tinha por volta de seis ou sete anos, nossa família fez uma viagem e nos hospedamos em um hotel em que havia um jardim lindo que ficava à entrada do restaurante. O jardim, apesar de lindo, era a 'casa' de muitos sapos que ao final do dia apareciam. Todos diziam que eram inofensivos, mas como eu tinha muito medo, meu pai me carregava nos braços sempre que íamos para o restaurante.

Quando erguemos nossas mãos, clamamos com coração sincero de uma criança ao Pai, Ele vem em nosso socorro e nos leva à Sua presença, um lugar mais elevado, onde nada pode nos atingir. Nossos problemas ficam no chão, longe de nós e do alto podemos ver que mais a frente Deus tem algo melhor reservado com amor para nós, há uma saída para o problema, há a cura que pedimos, há a esperança em um futuro melhor. Nas alturas, podemos ver melhor do que onde estamos. Nas alturas da presença de Deus, vemos que nossa vida não se limita ao que vemos, nem a um determinado número de anos que passam tão rápido que quando piscamos os olhos, percebemos a juventude passou. Deus tem sempre mais para o seus. Com Deus, realmente o céu é o limite!

O relacionamento com Deus não frustra porque Seu amor é constante e incondicional, é inigualável. Um pai humano pode fracassar em suas limitações, mas Deus é perfeito. Por mais que um pai humano procure estar perto de seus filhos, muitas circunstâncias poderão separá-los, mas do amor de Deus, ninguém nos separará - "Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada?" (Romanos 8:35).

Que sejamos como crianças, buscando estar perto do nosso Pai, pedindo seu 'colo', abraçando-nos à suas promessas, às palavras de amor e reconhecendo e confiando que Ele mesmo proverá tudo o que precisamos. Que Ele abençoe sua vida.